Você viaja, faz um montão de fotos. Em vez de esperar pela volta, para mostrar aos amigos seus caminhos e descaminhos, num lugar nunca dantes navegado (e para deixá-los roxos de inveja da sua viagem), você não resiste e manda às redes sociais as suas andanças, minuto a minuto. Se perigar, sua câmera curtiu a viagem mais que você, o ansioso que não tirava os olhos da lente da máquina.
Você vai ao bar descolado da moda. E não descola da lente da tal câmera. Registra passo a passo do caminho da sua casa ao bar, e do bar à sua casa, devidamente calibrado pelas bebidas e aperitivos intermináveis. E coloca tudo nas redes. Trezentas e tantas fotinhas.
Churrascos de fim de semana, aulas na faculdade, festas de casamento dos amigos. Tudo, absolutamente tudo, alcança uma suma importância. Tudo bem: nada é mais importante que a sua nada vã existência terrena. Mas daí a ser antológica para o resto da humanidade, vai uma distância. A distância entre a pura e simples cara de pau e o exibicionismo carente mais deslavado.
Adeus, vida privada. Olá, iPad.
3 comentários:
Prefiro a minha discrição e anonimato...
Bj. Célia.
Por isso que eu levo marido a tiracolo, quando viajo. Eu vivo. Ele fotografa. :)
Eu sou exibicionaista, Érico. Eu sou...rsrs. É gostoso, sabia? kkkkkkkkkkkk. Beijo
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