23 de dez. de 2014

Na testa

Nessa época, pipocam listas de desejos para o ano que vem, de melhores e piores do ano que vai embora. 

Aproveitando o ensejo, apresentamos ao respeitável público o TROFÉU SORVETE NA TESTA. 

O primeiro troféu vai para jornalistas, blogueiros e colunistas que fazem essas listas disso ou daquilo, ano após ano. 


Listas que na verdade são um indício de que estão doidos para limpar a mesa e sair em férias.

15 de dez. de 2014

Com colarinho

Caricatura de um alemão com chope no nome: o filósofo Arthur Schopenhauer.




14 de dez. de 2014

Meu cartão de Boas Festas...

... aos amigos de blog e de vida, aos parceiros de trabalho e de caminhada.


12 de dez. de 2014

Um caipira no YouTube































Estou inaugurando a playlist ENTREVISTAS no meu canal do YouTube.

Os primeiros links trazem o papo no programa Almanaque 105, do amigo Luís Fernando Fischer Dutra (com essa caricatura aí de cima...).

Quem quiser ouvir minha voz de caipira articulado, fique à vontade!

6 de dez. de 2014

20 anos sem Tom Jobim

Tanto tempo passou, finalmente consegui fazer uma caricatura dele.




24 de nov. de 2014

A artista do invisível

Uma coisa puxa a outra. Uma arte puxa a outra. E uma pessoa puxa a outra. Foi assim com Malu Bragante.

Tomei contato com o trabalho da artista de Campinas por meio do guitarrista Alexis Bittencourt, que tocou com Johnny Alf, o precursor da Bossa Nova. Alexis lançou o DVD e o show-tributo "Luz Eterna", com os clássicos do mestre.

Nos segundos finais dos clipes do projeto de Bittencourt no YouTube, havia um desenho simples e expressivo com os integrantes do trio. Linhas brancas sobre fundo preto. Mais uma sugestão de ambiente, de clima, que necessariamente um retrato realista de três pessoas tocando. E as linhas pareciam ser uma só. Uma linha envolvendo os instrumentistas, sugerindo a simbiose, a comunhão entre bons músicos.

E música parece ocupar um tanto da alma de Maria Luisa Bragante, autora do desenho do DVD do guitarrista de Johnny Alf. Impossível a ela ficar imune à atmosfera sonora: tendo pai músico, também tocou piano. Confirmando sua afinidade com espaços e sons, Malu elaborou as ilustrações do CD "Lancelot's Adventures", de Marcelo Onofri e seu quarteto. Na série "Páginas Viradas", a artista usa partituras como suporte para as linhas que sugerem a presença dos executantes da música. A música que ela guarda no coração.

Malu tem um coração que pulsa com a música, nem sempre de forma contemplativa. Sorve a canção, participando dela. Transita pelas notas com sua dança. Ex-bailarina, sabe do que sente. E captou essa dança com uma série de desenhos do ano passado, onde mostra principalmente a ação de seres pulsantes, calorosos, em movimento sugerido por melodias invisíveis, da cintura pra baixo. Em preto e branco, num minimalismo quase invisível. E o que é a música, senão o invisível presente em nossos ouvidos?

Claro que há outros trabalhos, outras técnicas, outras abordagens, no universo amplo que Malu Bragante nos oferece. Esse universo está à espera de uma audiência maior, que pedirá outras manifestações da artista. Porque uma obra puxa a outra, e todas as obras formam uma obra única. A obra-prima de uma vida.

22 de nov. de 2014

Dia do Músico

A música e os músicos sempre desempenharam um papel fundamental em minha existência.

Quando o chão parecia faltar - e tem faltado mais assiduamente em momentos recentes - havia o bálsamo das canções do repertório nacional.

Com o passar dos anos, fiz muitos trabalhos em parceria com cancionistas e intérpretes: caricaturas para cantores e compositores que admiro, design gráfico para CDs de artistas clássicos e recentes da MPB (cujas capas estão ao lado).

Feliz Dia do Músico, gente querida! 

17 de nov. de 2014

Des(d)enho de humor

O Brasil é o país dos genéricos. Isso se aplica muito bem às profissões ligadas às artes. No caso do desenho de humor, mais ainda. Se é que ainda existe desenho de humor. Se é que algum dia existiu isso no país.

Humor é um artigo raro hoje em dia. Desenho e desenhistas existem às centenas. E existem centelhas de humor nesses desenhistas. Mas não a ponto de os qualificarem como "desenhistas de humor".

"Cartunista" o que é? Desenhista de cartuns. O que é cartum, exatamente? Nem jornalistas sabem. O que sabem é que há ilustradores, infografistas. É recorrente a pergunta sobre a diferença entre charge, cartum, caricatura e quadrinhos, conhecidas categorias do humor gráfico, estabelecidas em salões de humor.

É uma pergunta que qualquer praticante do humor gráfico responderá a vida toda. E que jamais será compreendida pelos perguntadores de plantão. Porque não querem. Porque não consideram o desenho de humor algo tão relevante quanto, por exemplo, as abstrações inócuas com bulas irrelevantes das artes plásticas contemporâneas.

Desenho não é necessariamente ilustração. Ilustração com legenda não é necessariamente cartum. Cartum com situação social que pode ser atemporal não é necessariamente charge. Caricatura da Dilma não é charge. Retrato plasticamente dotado de uma técnica espetacular não é necessariamente uma caricatura. Porque caricatura tem humor.

E o humor, onde anda, nesse nosso tempo? Se alguém achá-lo, por favor, me chame. Porque ele anda longe de nós, seres de um século novo. E longe do desenho. Ué, mas "desenho" não é animação? Oh, dúvidas cruéis.

28 de ago. de 2014

Deu flor!

Chegou minha amiga e perguntou: 

- Me ajuda a inventar uma roupa nova pro meu filhote?

Ajudei.

A amiga é a Fernanda Sander


A "roupa nova" é o novo design gráfico da capa e encarte do "filhote". 

O "filhote" é o CD Para dar flor, do selo Pé de Poesia.

Para adquirir essa lindeza de CD para crianças de todas as idades, fale com a Fernanda: contato@pedepoesia.com.

19 de jul. de 2014

30 de jun. de 2014

Dois retratos bem-humorados...

... da cantora Marina de la Riva e do jornalista musical Ricardo Schott.

19 de jun. de 2014

Chico Buarque, 70 anos

- Primeira canção que me marcou do Chico Buarque: APESAR DE VOCÊ (versão do compacto censurado e recolhido nos anos 70).

- Último disco que ouvi dele: CHICO (de 2011, com novas composições, que os velhos fãs do autor de A BANDA costumam abominar).

- Canção que mais aprecio dele: ATÉ O FIM (do disco da samambaia, de 1978).

- Pessoa que aprecio mais que o Chico: MINHA MÃE, que nasceu no mesmo dia que o artista (sem ela, por motivos óbvios, eu jamais tomaria conhecimento da existência do Chico - e de qualquer outro artista do mundo).

16 de jun. de 2014

Noel e Elis no Rio

Noel Rosa e Elis Regina: minhas caricaturas que estarão na mostra CARICATURISTAS PAULISTAS, SAMPA AQUI, da I Bienal Internacional da Caricatura. 

A mostra acontece no Rio de Janeiro, a partir de 18 de junho, no Centro Cultural Solar de Botafogo (Rua General Polidoro, 180). 

Quem puder, apareça!

25 de abr. de 2014

Esses dois peixes - Leco e Peixot - estrelaram minha primeira tira de quadrinhos regular em jornal, de 1990 a 1992. 

O rio ao qual o Leco se refere é o Rio Piracicaba, aquele da canção do Tião Carreiro.

Na mais recente e intensa seca de verão, retiraram-se do leito do rio dezenas de pneus e outros entulhos, fazendo da cidade manchete nacional.

Tantos anos depois, o peixe fala da sua casa, hoje a casa-da-mãe-joana, em vez de continuar sendo a casa construída pela Mãe Natureza.

17 de abr. de 2014

Amiga da infância

"Escute esse CD aqui", foi o pedido da amiga cantora. Olhei a capa, com um gato de óculos escuros, um tubarão, um lobisomem, um fantasma e um bebê.

Velho apreciador de músicas, histórias e arte feitas para crianças, peguei o encarte e comecei a abrir. Eram cores e colagens e letras pedindo para serem apreciadas.

Pedido atendido. Fui ao site da banda Éramos 3, do CD Quando eu crescer. Todas as canções para baixar, com encarte e tudo. E o velho admirador da arte infantil atendeu ao desejo seguinte: ter o CD em mãos.

Encomendei numa dessas lojas virtuais, três dias depois chegou o presente. A satisfação, igual à que tive quando ganhei um Playmobil circense, na passagem dos meus nove anos.

A curiosidade aumentou. Quis saber quem tinha feito as músicas, os versos, o encarte do CD. De onde vinha tanta singeleza, simplicidade e bom humor. O YouTube me ajudou, o Google também.

Éramos 3 era uma banda de amigos que geraram um único CD, criado e desenvolvido ao longo de vários anos. Em incontáveis fins de semana. Desses que os muito ocupados usam para brincar de arte. E como crianças, brincarem com toda a seriedade.

De fim de semana em fim de semana, a feitura do CD teve um fim. Fabricado, ganhou vida de verdade quando ganhou o Prêmio de Música Brasileira, em 2011, competindo com gigantes da canção para crianças. Um grupo mineiro, meio quietinho, que talvez se considerasse um Pequeno Polegar nessa história. E a cantora e compositora do grupo, a Fernanda Sander, tratou de arrumar um vestido chique para a entrega da honraria no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Inquieta, sapeca e levada da breca, a professora de português e de musicalização tem origem paranaense, foi educada em Minas Gerais, morou em Piracicaba e agora bate cartão em São José dos Campos.

Em todos esses lugares, Fernanda espalharia seu cancioneiro, em CDs produzidos com seus alunos, nas escolas onde deu aulas. As experiências em sala lhe deram o impulso para o canto, as composições, a voz própria. Um trabalho autoral totalmente comprometido com o desenvolvimento de uma voz própria para seus pequenos.

Depois de alguns espetáculos de grande aceitação em solo mineiro, o Éramos 3 alçado à condição de popstar local, crianças parando Fernanda na rua para sorrisos e autógrafos, eis que a brincadeira acaba. Agora era apenas uma, a Fernanda.

E como a brincadeira - e o espetáculo - jamais podem parar, ela olhou a última canção do CD do grupo - Pé de Poesia - e a fez o nome de seu projeto-solo, reunindo tudo o que já oferecia à molecada. Músicas, oficinas, versos, shows. O fruto inicial desse Pé saiu em 2013: o CD "Para dar flor".

No mesmo ano, a singeleza e a suavidade da compositora para crianças tiveram voz num disco "adulto": "Baladinhas de amor e dor de cotovelo". Nada de amores fracassados, nada de amargura autocomplacente, nada de sentimentos arrevesados.

Por mais que o amor seja uma caixinha de surpresas, feito certas partidas de futebol, Fernanda aposta nos momentos plácidos das relações (No silêncio solto do meu coração), no otimismo (O nosso amor dá certo), nas metáforas e nas imagens dos sentimentos (Tabela periódica, Lado A e lado B), na afirmação da ternura (Te procuro, Benzinho).

A diversidade de gêneros musicais do CD, como o blues, que podem até sugerir maiores conflitos ou situações descritas de forma mais incisiva, apenas reforçam a vitalidade de uma artista de voz muito pessoal. A voz da Fernanda.

Seja para crianças mais novas ou mais crescidas, feito este que vos digita, a artista humaniza a quem pode ter se esquecido de ser humano. E ensina a ser humano a quem ainda não sabe ser.

Fernanda Sander, a nova amiga de infância de Julia Simões, a cantora que me pediu para ouvir o CD do Éramos 3, é uma das melhores amigas da infância que já conheci.

20 de mar. de 2014

Uma animação que me deixou animado...

Educação: Transforme, Curta, Compartilhe

É um vídeo que fala como a educação e as novas tecnologias podem estar nas mãos dos jovens... para que melhorem o mundo. 

O vídeo foi concebido por Silvio Ferraz e Silvio Marchini, com roteiro deste último. 

As ilustrações são de Érico San Juan (este que vos digita), com locução de Edu Oliveira.

A direção é do Paulo Heise, numa realização da LZP Produções. 

O vídeo foi produzido dentro do projeto Pró-Ensino, da Esalq-USP.

Curta e compartilhe!

1 de mar. de 2014

Antes isso

Caricatura do inclassificável Rogério Skylab (antes classificá-lo assim, a conferir-lhe um epíteto que não o defina plenamente).



24 de fev. de 2014

Uma caricatura de Fernanda Takai

A cantora da banda Pato Fu tem feito CDs muito legais em carreira-solo. E eu fiz esse desenho dela.





19 de fev. de 2014

14 de fev. de 2014

Emoção bem-acompanhada

Era um sábado, com um calor maior que esse de agora: o calor humano. A intérprete sentou-se, apresentou-se, sorriu e entoou os versos: "As águas correm para o mar, as flores são o jardim..." E chorou, e recebeu os aplausos, e pediu desculpas pelas lágrimas.

A lágrima digna dos intérpretes de verdade, naquele sábado quente de 2013, era a de Julia Simões, cantando "Tudo em mim", que nomeia o CD-songbook de Toninho Brandão, empresário de Piracicaba, interior de São Paulo. Bem que ele gostaria de estar presente ao lançamento com a voz e a emoção de Julia. Um CD com bossas novas, boleros, sambas. Ritmos e gêneros do século passado, nada antigos, simplesmente eternos.

Tudo em Mim foi gestado ao longo de oito anos, 2001 a 2008. De trinta canções gravadas, Julia escolheu dezessete para o disco. A versatilidade do compositor, ao som de sua caixinha de fósforos, dá um sabor de variedade ao conjunto de canções. A voz de Julia, grave e suave, acompanha as nuances de cada verso, emoldurando os sentimentos ora intensos, ora plácidos expressos por Toninho.

"Maria da Graça" é a lamentação suave do homem que clama pelo colo da amada. "Malandro" é a reflexão na cadência do samba de uma pessoa que não vive longe do grande amor. "Barco amarelo" é a exaltação de quem anuncia sua chegada, em direção ao abraço da companheira, em levada de samba-rock. "Coração" traz a boêmia, a fumaça de cigarro, a paixão perdida, a madrugada enluarada.

E a lua bem poderia ser um dos símbolos da atmosfera sonora de Sombra e Luz, o outro "filho" de Julia. Se o disco com Toninho veio ao mundo após uma gestação mais longa, o CD com Marcos Cavalcanti teve gravações realizadas em apenas dois dias, ao final de 2012. Intérprete e instrumentista reuniram o repertório do último e deram vida ao conjunto de canções.

A fluência das músicas e versos traz à luz uma densidade musical, uma melancolia, comumente associada aos gigantes da moderna canção brasileira, na tradição dos instrumentistas feito Guinga, um dos preferidos de Cavalcante.

A voz de Julia e o violão de Marcos tem um diálogo harmonioso, e generosamente comportaram outras companhias em algumas faixas: a bateria de Roggero Chiarinelli, a percussão de Ricardo Barros e o pandeiro de Xeina Barros, a viola caipira de Junior Hartung, o acordeon de Thadeu Romano, o violoncelo de Jaques Morelenbaum, presença marcante nas bandas de Tom Jobim e Caetano Veloso.

No texto de apresentação do CD, Marcos credita a inspiração para a maioria das canções às musas de juventude. Ele evoca a brisa e a descontração de sua Bahia em "Refresco", deliciosa música de sóis e sais. Ao irmão, dedicou "Teu Mar". E à filha da parceira de Sombra e Luz, o violonista dedicou "Clara, Clarinha". E canções como "O que pensa de mim", "Momento só", "Solidão" e "Verdade e fantasia", merecem ser ouvidas com toda a atenção que o ouvinte dedicaria a um recital, naquela proximidade que só os grandes portadores de melodias e histórias conseguem com o respeítável público.

E respeitável, e sensível, é a cantora, a intérprete Julia Simões. Que continua trazendo o melhor da nova canção brasileira, junto a parceiros de peso. No compasso da tradição de um país emocionante.

2 de jan. de 2014

Escuta só, veja aí

Está no ar a série "Escuta Só", com dicas de português em pequenas animações. 

É um dos nossos trabalhos de conclusão do curso de Design Gráfico na Unimep, em 2013, orientado pelo professor Fabiano Pereira.

Nossa equipe para esse trabalho (Cynthia Prada, Juliane Pasqualini, João Vitório e este que vos digita) roteirizou, desenhou, fez locuções e vozes dos personagens e a direção de arte.

Divirtam-se... Aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.