29 de jun. de 2012

Caricatura improvável

Esses caras da minha caricatura são muito engraçados. Fazem o espetáculo de improviso Improvável. São os Barbixas: Elidio Sanna, Anderson Bizzocchi e Daniel Nascimento.

26 de jun. de 2012

Você pode até ficar em pânico com o cara...

... mas eu o acho muito engraçado: Carioca, do programa Pânico (da rádio e da TV).


24 de jun. de 2012

Um doce iconoclasta

Numa noite chuvosa e escura em São Paulo, me escondi embaixo da entrada de uma famosa megalivraria. Entrei no lugar. Havia uma sessão de autógrafos de documentário sobre certo artista associado à Tropicália.

Caetano Veloso? Não: Tom Zé.

No tempo das cavernas, já fui a shows do baiano de Irará. Na minha cidade, participei de entrevista coletiva com o artista. Escrevi algumas vezes sobre ele. A caricatura do performático músico, ao lado, é a terceira que faço. 

Na noite de autógrafos do DVD, Tom Zé se mostrou atencioso como sempre. Iconoclastas podem ser muito gentis. O que não os desautoriza, apenas os engrandece.

23 de jun. de 2012

Novos resmungos virtuais

1. Exercício de descida de salto-alto: pensar que sempre vai ter alguém que vai olhar para o que você faz, age ou pensa, e dizer só de sacanagem: "E eu com isso?"

2. O uso indiscriminado da palavra "foco" me faz chegar a uma conclusão. Essa palavra deveria ser utilizada apenas pelos fotógrafos, que sabem muito bem o que fazer com ela. Ao contrário dos pretensamente "focados".

3. O mantra dos perfeccionistas é esse: "Deus está nos detalhes". Mas Deus não é esse chato que os perfeccionistas pintam, não.

4. Frase típica de quem quer contratar um frila sem gastar muito: "Faça uma coisa simples"

5. O mundo anda tão politicamente correto, que, se você chamar alguém de "amigo da onça", periga ele te denunciar por maus tratos aos animais.

6. Observando esses "manuais" disso ou daquilo, que as redes sociais trazem todo santo dia, resolvi elaborar o Manual do Livre Arbítrio. Ele tem apenas duas regras:
- Faça o que quiser da sua vida.
- Ignore solenemente a regra anterior.

7. Comentário cínico, típico de chato, após emissão de frase inaceitável (e a consequente queixa do interlocutor): "Ai, eu não falei nada de mais!"

8. Se você disser que detesta alguma coisa, vão te achar um chato. Se você disser com bom humor que odeia alguma coisa... vão te achar insuportável.

9. Questiúnculas de importância descomunal em tempos conectados:
- Por que você não marcou minha foto no Face?
- Por que você fechou a janela de bate-papo na minha cara?
- Por que você não acessa o Face todo dia?
Possível resposta sucinta e altamente ofensiva a essas questões de suma importância: 
:)

21 de jun. de 2012

Essa o Baleiro curtiu (e não foi no Face)

Na primeira foto: um caricaturista (este que vos digita) e dois Zecas Baleiros (o real e a caricatura dele criada por mim). 

Na segunda foto: dois Zecas Baleiros, sem o caricaturista por perto.

Além de conversar comigo no camarim do Sesc Piracicaba, e posar para as fotos acima, Zeca fez uma gentileza final. Na música antes do bis do show "Calma aí, Coração", me agradeceu em público pela caricatura!

20 de jun. de 2012

17 de jun. de 2012

Gosto por Glauber se discute

Nos primeiros anos da minha vida útil, tive um amigo que idolatrava Glauber Rocha. Pelo que sei, a paixão permanece.

Eu é que nunca fui fã desse estilo histriônico, teatral em excesso, do cineasta. Arnaldo Jabor, em seu comentários nos telejornais da Globo, tenta a todo custo imitar Glauber, mesmo enfatiotado em ternos chiques.

Claro que Glauber Rocha tem seus méritos. Eu não seria leviano em negá-los. O Cinema Novo teve a sua importância devidamente reconhecida pelos críticos de cinema daqui e d'além-mar.

Vi Deus e o Diabo na Terra do Sol, que consagra o talento de Othon Bastos, além de ter uma trilha sonora que combina Villa-Lobos e Sergio Ricardo. Vi Terra em Transe, com Paulo Autran.

Também vi alguns vídeos com as participações de Glauber Rocha, absolutamente anárquico e desvairado, no mítico programa Abertura, da TV Tupi, graças ao YouTube. E li um livro de cartas do cineasta a Deus e o mundo: Cartas ao Mundo. No catatau, Glauber praticamente mostra suas entranhas: inquietações, projetos, delírios.

Mesmo com essa bagagem glauberiana, mesmo me rendendo ao talento do baiano, devem haver fãs melhores que eu. Meu amigo faz essa parte por mim.

15 de jun. de 2012

O repórter musical

É assim que o cantor e compositor Odair José se denomina. Nem cantor, nem compositor, apenas um repórter musical. Não que isso seja pouca coisa.

A verdade é que Odair José já alcançou a idade da unanimidade entre os novos cantores. Alcançou lá atrás, no auge da carreira, a unanimidade do povão consumidor do cancioneiro dele.

Odair José é goiano, vindo para o Rio de Janeiro num tempo em que os aspirantes a cantores sonhavam em ser Roberto Carlos. Não conseguindo, acabaram sendo eles mesmos.  

Nesse novo século, Odair continua Odair. Sendo José entre tantos Josés, ainda há quem o ache um zé-ninguém.

Zeca Baleiro não partilha desse conceito, ou preconceito. Tanto que produziu o novo CD do goiano de Morrinhos. O disco sai em breve.

10 de jun. de 2012

Embrulhando peixe, embrulhando o estômago

Charges são perecíveis feito o jornal do dia. Por mais que apresentem piadas e desenhos decentes, elas tem vida curta. Pratiquei essa modalidade de humor gráfico algumas vezes, geralmente cobrindo férias de outro chargista.

A charge ao lado é de 2006. Mandei pro extinto Salão de Humor de Paraguaçu Paulista. Ações atribuídas ao PCC, em São Paulo, dominavam o noticiário.

Charge é imagem que vale por mil palavras. Às vezes, vale por um minuto de silêncio.

8 de jun. de 2012

Muito prazer, Beto Furquim

Roberto Furquim Marinho tem nome de advogado. Mas advogado é o pai dele: o escritor João Carlos Marinho.

Assim como o pai, Beto Furquim tem uma identidade de artista. E uma profissão que garante o seu fazer artístico: jornalista e editor de livros. A arte de Beto é a música.

Em 2009, estive com o pai de Beto num evento comemorativo dos quarenta anos do livro infantojuvenil "O Gênio do Crime". E lá estava o filho de João Carlos no evento. Voz suave, fala calma, atuou como mediador informal do debate com as crianças.

Nessa ocasião, sabia que o filho do escritor tinha uma obra musical, mas não conhecia o CD "Muito prazer". E ignorava que o disco tinha sido gravado aos poucos, bem ao ritmo do tempo e dos recursos do músico e compositor. A conclusão das gravações veio com o Prêmio Estímulo de Música da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, concedido a Furquim em 2007.

Ano passado, comprei o CD "Muito prazer" numa loja virtual. Atraído pela capa em tons azuis e verdes, folheei o livro em formato de compact disc - com o compact disc dentro, é claro.

Os desenhos de Alex Cerveny, impressos sobre as páginas em cores chapadas, me remeteram às vinhetas que o desenhista publicava na coluna de Joyce Pascovitch na Folha de S. Paulo.

A segunda coisa que busco ao folhear um encarte de CD são as dedicatórias. A quilometragem de nomes, que por vezes ocupam uma página do encarte em letrinhas de bula de remédio, diz muito dos afetos acumulados na trajetória do cancionista. No caso de Beto, eles são muitos, e ainda bem.

Sabedor da participação de Beto Furquim como compositor de Estrela da manhã no festival temporão da TV Globo em pleno ano 2000, fui procurar a canção no disco. E achei. Melhor ainda: a Estrela de "Muito prazer" trazia Monica Salmaso, intérprete original da música no festival. Só ela e o piano de Benjamin Taubkin. Um bálsamo para os ouvidos.

Outro participante do disco familiar aos meus ouvidos é Mauricio Pereira, fundador com André Abujamra da "terceira menor big-band do mundo", Os Mulheres Negras. Pereira também tem um trabalho-solo de discos ora autorais, ora divididos com uma banda de breguices pop e marchinhas de Carnaval. Saxofonista dos bons, jornalista atuante, atual locutor preferido dos comerciais descolados de televisão, Mauricio participa de Longe do Planeta, faixa composta por Beto para "Muito prazer".

A essa altura do encarte, os olhos tinham percorrido todo o território visual do encarte, em doses alternadas de atenção. Era hora de percorrer os espaços sonoros da obra.

Os músicos reunidos por Furquim são velhos conhecidos dos que acompanham a música feita em São Paulo: Swami Junior, Rogério Rochlitz, Mário Manga (ex-Premê e um dos produtores do disco).

A voz plácida de Beto Furquim permanece plácida em todas as faixas, mesmo que os ritmos e sons variem na intensidade e nos andamentos. Que que tu tanto quer? soa brincalhona em seu jogo de palavras, a começar pelo título. Traz aquele à-vontade dos cancionistas que sabem encaixar palavras e sons no suingue. O arranjo de metais de Manga e Duca França torna a canção ainda mais deliciosa.

À Beira-mar é um samba-crônica tão simpático, tão cativante, que tira pra dançar até os incapazes de um movimento gingado, como este que vos digita. Tudo bem, pode-se sacudir o esqueleto do jeito que dá. Talvez seja esse o desejo de Beto: provocar o sacolejo e o bater de palmas do ouvinte. Ao som dos passos de Aninha e Alaor, o casal unido pela música em Salvador.

Paz e rima e Quero você assim, duas canções igualmente suingantes, seguem a linha das cantadas delicadamente alto-astral que atravessam o disco todo. Resposta e Olhos de morcego tem voz-e-violão que lembram os melhores momentos de Gilberto Gil. Margem faz par com Jing Ye Si em clima zen-budista. "Muito prazer" tem fim com Sinuosa e Logo você, pérolas dignas da melhor tradição pop mundial, mesmo que cantadas em português.

O cantor e compositor com nome de advogado cumpre à risca o título de seu primeiro trabalho-solo. O prazer é nosso, Beto! E vê se volta logo, que música feito a sua nunca é demais.

7 de jun. de 2012

Música para ouvidos, caricatura para músicos

Caricaturar músicos brasileiros é um prazer. 


Vê-los declarar seu gosto por caricaturas feitas para eles é uma honra.



Os primeiros artistas a "curtirem" uma caricatura minha foram Sá, Rodrix e Guarabyra. O CD "Amanhã" trouxe o desenho no encarte. Outro a "aprovar" uma caricatura foi o cantor e compositor Zeca Baleiro. 

O último a gostar de caricatura feita por mim é o mestre Ivan Lins. Breve, o blog trará foto do músico posando com seu desenho.

4 de jun. de 2012

Convite da mostra "Risos, rostos e retratos"


Minha nova mostra de caricaturas vai de 6 a 29 de junho, no Sindicato dos Bancários, em Piracicaba, SP (rua XV de Novembro, 549). A visitação é das 8h30 às 17h30, de segunda a sexta

(Estou repetindo os dados do convite, por causa das letrinhas miúdas).

Maiores informações? AquiA mostra também pode ser vista num catálogo virtual.