Jorge Ben é um caso de artista brasileiro sem vínculos com movimentos musicais, mercadológicos ou todas as alternativas anteriores. Jorge é Jorge, e ponto.
Ben surgiu com uma batida diferente de violão, nos anos 60, sem nada a ver com a revolução que João Gilberto desencadeara poucos anos antes.
Jorge passeou pelo samba-jazz. Flertou com a Jovem Guarda. Incorporou o discurso da negritude dos anos 70. Gravou disco de uma jam-session com Gilberto Gil. Conheceu o sucesso fora de casa.
Após três décadas de carreira, experimentou certo ostracismo. Trocou de nome, reapareceu com um hit-bomba (aquele da W Brasil). E rendeu-se ao modismo acústico-jovem de uma TV.
Com todas essas reinvenções camaleônicas, entre altos e baixos, continuou na dele. E virou um clássico: copiado, replicado e remixado por quem teimosamente julga ter a capacidade de reinventar a roda.
Mas o mundo gira, os imitadores passam. E Jorge fica: na dele e na história da música pop mundial.
O texto e a caricatura acima, saíram primeiro na revista virtual Dito, o Bendito, de autoria desse que vos digita, em 2003. Lembrei da existência do material após troca de e-mails com uma amiga jornalista de mão cheia e coração aberto.
2 comentários:
"jornalista de mão cheia e coração aberto." E depois sou eu que tenho um estoque de gentilezas, Érico? Os papos com você são sempre ótimos. Tanto que certos assuntos que ficam aqui, fervilhando na minha mente, não encontram outro caminho senão o seu e-mail. E é aí que tudo vai rendendo. Ontem me inspirei nas suas postagens para falar de uma cantora e, em especial, uma música, porque só com você dá pra comentar determinadas coisas, e olha só onde chegou: no Jorge Ben. Caramba! Bom demais isso, né? Não para, não!!! E obrigada pela atenção e paciência de sempre. Beijos
Ótimo, Érico... slow motion para a década de 60 quando corria Consolação afora em Sampa pra assistir na fila do gargarejo à Jovem Guarda, então Jorge Ben: "Moro num país tropical, abençoado por Deus /E bonito por natureza, mas que beleza /Em fevereiro (em fevereiro)/Tem carnaval (tem carnaval)/Tenho um fusca e um violão /Sou Flamengo
Tenho uma nêga /Chamada Tereza..."
Ô saudade!!! Abraço, Célia.
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