Não sou jornalista, apesar da verborragia opiniática permanente neste espaço. Não sou escritor, apesar da mania de construir parágrafos e mais parágrafos com frases de efeito. E não sou crítico musical, apesar de amolar uns poucos amigos com meus juízos a respeito de música popular.
E já que o assunto dessas linhas pretende ser música popular, hora de usá-las para declarar uma paixão. A paixão por um trabalho vigoroso, um dos CDs mais interessantes que ouvi na minha existência de ouvinte de MPB e Bossa Nova.
O trabalho de Miranda Kassin e André Frateschi, casal de atores-intérpretes da capital paulista, só fui conhecer mesmo com o CD Hits do Underground. Um CD que sai em plena era do MP3. A era em que a indústria de discos já era.
Sei que André faz espetáculos em São Paulo como cover de David Bowie, o tal artista britânico que, aos olhos dos leigos e da molecada, só chama a atenção por causa dos programas retrospectivos da MTV, tipo "Top Top". Sei também que Miranda Kassin, com esse nome esquisito que mais parece sobrenome e a faz sofrer bullying ocasional desde criança, se destacou na cena paulistana como cover da recém-falecida Amy Winehouse, outra cria do Reino Unido.
O casal de artistas que emula seus ídolos nas casas de shows paulistanas, resolveu se dar as mãos para gerar um filho musical: o disco citado acima. A criança nasceu saudável, como sói acontecer quando o fruto é gerado com amor.
Tá bom, tudo bem: os clichês de novela mexicana da frase anterior são risíveis, mas quem não ri diante do impacto de uma paixão? E apaixonado pelo trabalho de André e Miranda é o que tenho ficado, mais e mais, audição após audição do disco Hits do Underground.
O "Underground" não gera "Hits", se é que me faço entender. "CD", "disco" e "Underground" são palavras ignoradas pela juvenília amamentada com a internet. Mas uma busca de Google pode esclarecer o significado de tais palavras aos nerds de plantão.
Como dito lá no início da postagem, não sou jornalista, escritor ou crítico musical. Então faça um favorzão a esse tiozinho: largue o notebook por breves instantes, que isso não deixa ninguém com síndrome de abstinência, e vá ouvir o CD Hits do Underground. Aprenda um pouco com André Frateschi e Miranda Kassin o que é amor, paixão, loucura, ironia, irreverência e sangue nos óio. A Geração Y precisa deseperadamente disso. Os tiozinhos feito eu também.
2 comentários:
Oi, tio Érico! Feliz Dia do Escritor!
Não adianta espernear, o senhor é um de nós.
Abraço da tia-avó Carla Ceres!
Além de ser ótimo escritor, você já deve saber que bota um monte de jornalistas chinelinho. Você é 10, Érico!
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