A essa altura do campeonato perdido - Libertadores da América - todo mundo deve estar comentando a atitude do Ronaldo, de tirar o time de campo.
Como muitos desocupados na hora do almoço, vi um trecho da entrevista coletiva do jogador apelidado de Fenômeno.
Fiquei emocionado, não tanto quanto ele, é lógico, mas o clichê do filme de uma vida passando pela cabeça é infalível. Como em todo filme, há quem expurgue as cenas inadequadas.
Cenas em que xingamos o jogador, exigindo dele performances em campo dignas de um Super-Homem. Isso se o habitante de Kripton não for um perna de pau.
Cenas em que criticamos o esportista que amarelou na final verdeamarela de mais uma Copa do Mundo. Como se nós, pobres mortais, estivéssemos imunes a pressões insuportáveis, proclamando de boca cheia que se fosse com a gente, isso não aconteceria.
Como todos os apaixonados, nós, torcedores de um time ou de uma seleção de futebol, não passamos de umas bestas quadradas. E redondamente enganados pelos nossos excessos de fúria e amor, depositados na barriga de churrasco e cerveja, nos domingões de futebol-show.
Ronaldo tinha o rei na barriga, no melhor dos sentidos. Por isso fez tanto por quem colocava sua capacidade de se alegrar nas mãos do atleta.
(A caricatura deste texto, de minha autoria, está exposta no Sesc Piracicaba em tamanho natural, junto às de outras figuras importantes do esporte, até o final do mês. O Sesc e este palpiteiro aguardam sua visita).
2 comentários:
Belo texto, Érico!
Valeu, Leonardo!
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