10 de fev. de 2011

O gato que tocava clarinete



Eu gosto de gatos. E gosto de Benny Goodman. O que os dois tem a ver um com o outro? Talvez nada. Só que as duas paixões cabem no mesmo coração: o meu.

Antes que esse assunto de paixões se torne algo digno de uma novela mexicana, deixa eu salvar minha pele e introduzir o porquê dos gostos. Ou dos gatos.

A ilustração acima saiu no Jornal de Piracicaba mês passado. Foi feita para uma crônica de M. Dupont White, escritor que só fala de sua relação com os animais de estimação. Três gatos e um escritor vivendo em Paris, olha que chique.

O texto de White para o jornal falava da peça musical Pedro, o Lobo, composta por Prokofiev há setenta e quatro anos. Os personagens, animais. Claro que na peça havia um gato.

Em Pedro e o Lobo, cada animal afirmava sua identidade por meio de um som. A "cara" do gato, na peça, era o som de um saxofone.

Tendo ilustrado umas três crônicas do escritor, enjoado de desenhar bichanos para as crônicas, resolvi transformar um deles numa versão animal de Benny Goodman, o Rei do Swing.

Goodman é muito conhecido por seu histórico concerto no Carnegie Hall, em Nova York, realizado dois anos após a composição da peça de Prokhofiev, em 1938.

Por incrível que pareça, nos anos 30 do século que passou, o jazz ainda não era metido a besta como nas décadas seguintes. Tratava-se de uma música popular, que tocava no rádio, vendia discos aos milhares e tudo o que mandava o figurino.

Benny Goodman fez seu mais famoso concerto naquele que era o templo da música dos Estados Unidos. Como todo templo, metido a besta. O disco saído da noite no Carnegie Hall, com os músicos e seu líder, entrou para a história do jazz.

Tenho minhas reservas à literatura de White: se você fosse obrigado a desenhar milhares de gatos em poucos segundos, talvez ficasse arretado como este que vos digita.

Mas, como tudo tem um porém, reservo meu entusiasmo infinito para recomendar a audição do clarinete mais famoso da música popular mundial. Um entusiasmo talvez comparável com o que o próprio Goodman conduzia suas apresentações.

Sing, sing, sing, folks! Ou cats?
Ah, chega. Miou o assunto.

2 comentários:

Ivana Negri disse...

Oi Érico

Também sou adoradora de gatos!
Tenho três, cada um com sua personalidade exclusiva.

abrs
Ivana

Érico San Juan disse...

Oi Ivana, também tenho gatos. Quatro... Abraço também.