14 de mar. de 2009

Certa noite numa sexta-feira 13...

Era meia-noite de uma sexta-feira 13. A tremedeira se apoderava daquele ser alérgico a morcegos, quartos escuros e sextas-feiras 13.

Um lobo começou a uivar no horizonte. Para aquele ser medroso e supersticioso, parecia que o lobo estava a centímetros de distância, tão impressionante o uivo a gongar nos ouvidos do infeliz (o medroso, não o lobo).

A luz do quarto se apagou. O ser medroso ficou aterrorizado de verdade. Era muito azar de uma só vez. Bem que ele queria estar bem longe dali, quem sabe a sós com a namorada. Mas se lembrou do insuportável: a namorada o abandonara semanas antes. Tanto azar naquela sexta-feira 13 só podia ser praga da ex-amada.

Como que atraído pelos maus agouros acumulados em tão poucos minutos, um morcego voou na direção do melindrado homem. O desventurado começou a passar mal, sentindo o ar faltar. A dois passos do pobre homem, o morcego parou. Era o fim!

Num passe de mágica, surgida dos ares misteriosos da noite, o morcego tomou feições humanas, estufou o peito e proferiu a ameaçadora sentença:

- Quer casar comigo, bofe?!

(Publicado no blog da Revista MAD)

Um comentário:

Raphael Fernandes disse...

Esse conto tá uma belezura...

quer postar no da MAD tb?

Abraços,

Raphael