20 de mar. de 2009

Cruzes!

Ninguém acredita em braços cruzados. No tempo em que os sindicatos lutavam por salários maiores em vez de esmolar manutenção de empregos, a polícia metia cacetada nos trabalhadores. Pelo menos eles apanhavam de macacão. As cores escuras dos uniformes escondiam as manchas de sangue.

Sem macacão, os ex-grevistas empunham seus olhos de vidro e caras de pau em plena calçada. E continuam levando cacete da polícia. O que nos leva a pensar que bom mesmo deve ser trampar de policial. Sempre vai ter alguém pra levar porrada. Serviço para os trabalhadores de farda não falta.

Mais fácil acreditar em pernas cruzadas. As mulheres fizeram verdadeiras cruzadas contra sua transformação em mulheres-objeto pelos companheiros. Reivindicações mais que justas na maioria das vezes.

No entanto, como o ser humano sempre dá alguma mancada, sendo feminista ou feminino, não demorou para a falta de simancol derrubar a credibilidade de muitas militantes. Hoje, muitas querem apenas falar mal dos homens de um jeito cool. E serem fãs da Ana Carolina. De pernas cruzadas.

Ai do homem que insinuar vulgaridade nessa cruzada, a de pernas. Será vilipendiado e esculhambado até a centésima geração. Isso se ele não virar uma espécie em extinção. Porque não dá pra cruzar com mulher chata.

Pronto. Em poucos parágrafos, consegui mostrar meu lado retrógrado e machista. Embora parentes próximos me achem mesmo um aboiolado. Isso de trabalhar escrevendo e desenhando o dia todo, e em casa, não deve ser coisa de homem. Que cruz para carregar, meu Deus.

(Texto porco e desenho chauvinista: Érico San Juan)

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