Era meia-noite de uma sexta-feira 13. A tremedeira se apoderava daquele ser alérgico a morcegos, quartos escuros e sextas-feiras 13.
Um lobo começou a uivar no horizonte. Para aquele ser medroso e supersticioso, parecia que o lobo estava a centímetros de distância, tão impressionante o uivo a gongar nos ouvidos do infeliz (o medroso, não o lobo).
A luz do quarto se apagou. O ser medroso ficou aterrorizado de verdade. Era muito azar de uma só vez. Bem que ele queria estar bem longe dali, quem sabe a sós com a namorada. Mas se lembrou do insuportável: a namorada o abandonara semanas antes. Tanto azar naquela sexta-feira 13 só podia ser praga da ex-amada.
Como que atraído pelos maus agouros acumulados em tão poucos minutos, um morcego voou na direção do melindrado homem. O desventurado começou a passar mal, sentindo o ar faltar. A dois passos do pobre homem, o morcego parou. Era o fim!
Num passe de mágica, surgida dos ares misteriosos da noite, o morcego tomou feições humanas, estufou o peito e proferiu a ameaçadora sentença:
- Quer casar comigo, bofe?!
(Publicado no blog da Revista MAD)
Um comentário:
Esse conto tá uma belezura...
quer postar no da MAD tb?
Abraços,
Raphael
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