1 de nov. de 2012

Crepúsculo de um jornal

Última capa do JT
Fim do Jornal da Tarde. No último dia 31, circulou a última edição.

Editado pelo Grupo Estado, do jornal O Estado de S. Paulo, teve uma trajetória de quase quatro décadas, iniciada pela equipe de Mino Carta, hoje diretor da revista Carta Capital. 

Não fui leitor assíduo do JT. Mas lembro de uma capa com ilustração do mestre Roberto Negreiros, onde Paulo Maluf dançava ao modo de Gene Kely, ao redor de um poste.


Da história recente do Jornal da Tarde, lembro da polêmica envolvendo o editor Julio Maria, o cantor Zezé di Camargo e meu amigo Diogo Salles, um chargista de mão cheia.

Aliás, conheci o Diogo num episódio curioso.

Fui fazer uma vista à redação do Estadão, para bater um papo com os desenhistas Eduardo Baptistão, que ia conversando comigo enquanto trabalhava, e o Carlinhos Muller, que me levou para um papo regado a café.

Nessa tarde, o Diogo tinha marcado uma visita a um dos editores do Jornal da Tarde. Seis meses depois, seria admitido como chargista.

Não sei se a morte de um jornal diz algo à Geração Facebook. Mas a mim, um dos que cresceram com um jornal nas mãos, e que em várias ocasiões trabalhei para essa mídia, diz muito.

RIP JT. E um grande abraço aos meus amigos do traço, que ainda acreditam na força dos impressos. Por serem apaixonados por eles.

3 comentários:

Carla Ceres disse...

Acho uma pena o fim do JT, Érico. Legal sua homenagem. Beijos!

Célia disse...

Esse JT e O Estadão marcaram minha vida! Era compromisso diário, sair da Caetano de Campos, via Pr. da República, comprá-los e na medida do possível, devorá-los. Momentos supremos de inteligência era a troca entre meu marido e eu. Prossigo com O Estadão... até quando depende exclusivamente da visão empresarial em um mundo nada letrado... Infelizmente!
Parabéns, Érico por mais este toque inteligente!
Abraço, Célia.

Diogo disse...

Érico, amigo. Lembro bem desse dia, que acabou se tornando crucial na minha vida. Na verdade, esse dia eu vim falar com o Fabio Sales, editor de arte do Estadão e deixei meu livro com ele. Ele disse, à época, que não havia nada para mim no momento, mas que me chamaria assim que tivesse. Seis meses depois, recebo o telefonema da Andrea Pahim, editora de arte do JT. O resto é história. Cinco anos de charges e muito aprendizado. Uma experiência única!

abs
Diogo Salles