13 de nov. de 2012

As Aventuras do Homem Prendado

FAXINA Dos rodapés ao teto, a limpeza tem que ser completa. Você se debruça no chão para tirar uma poeirinha rebelde, que insiste em não sair do lugar. Acaba tirando, mas a ventania involuntária causada pela vassoura causa a chegada de mais três poeirinhas, talvez parentes distantes da poeirinha original. Eliminadas as principais poeiras, passa-se um pano molhado com desinfetante, para completar a tarefa com louvor, deixando o chão imaculadamente claro de uma vez. Entretanto, outras tantas poeirinhas, agora com cheirinho de pinho, grudam no pano molhado. E a brisa, causada pelo movimentar do rodo envolvido pelo pano úmido, traz outras poeirinhas retardatárias ao ambiente. E toca pegar a vassoura de novo, pra tocar da galáxia as poeiras teimosas. A música da Ivete Sangalo vem à cabeça ("Levantou poeeeeirááá´...). E o vai e vem da limpeza traz ao corpo do faxineiro-de-ocasião um odor insuperável, de atrair imediatamente um gambá apaixonado. 
LOUÇA Dez copos, vinte talheres e trinta pratos depois, você está de alma lavada, porque acabou de lavá-los. Sensação de dever cumprido invadiria seu ser, não fosse a pia ser invadida por mais vinte copos, trinta talheres e quarenta pratos.... sujos. Com a cara lavada, a família acaba de despejar na sua cara a obrigação da hora: lavar a louça do jantar. Isso porque você tinha acabado de lavar a louça do almoço. Melhor você arrumar um emprego como camareiro de hotel. Senão vai sujar pra você.
ROUPA A máquina de lavar roupa é novinha em folha. Você coloca nela quilos de roupas, sabão em pó. Ela roda tudo feito um liquidificador, lhe servindo roupas limpinhas e cheirosas. Só que, na segunda lavagem da história da máquina, você morrendo de pressa pra lavar roupas para vestir em alguns segundos... ela faz birra e deixa de funcionar. Você coloca outra maquina pra funcionar: seu cérebro. E mexe um fio aqui, outro acolá, troca as mangueiras de lugar. Quando tudo parece perdido, chega o outro cérebro da casa, o que funciona. Com um leve tapinha numa das extremidades da máquina, ela volta a ligar. E você aprendeu mais essa lição: máquinas são iguais computadores, se não tratar com carinho... embirram. Se liga, mané!

Um comentário:

Carla Ceres disse...

kkkkkkk Bem na hora do gambá apaixonado, tocou o telefone e tive que atender com uma indisfarçável voz de riso. Senhora crônica, Érico! Parabéns!