15 de abr. de 2009

Ai que medo

Eu tenho medo de montanha-russa.

Deixei de ir a parques de diversão por causa disso. Como bom capricorniano, gosto de ter os pés bem firmes no chão. Não no chão do carrinho da montanha-russa. O chão da Terra está em movimento permanente, mas faz a gentileza de não me alarmar sobre o fato de estar em movimento.

Tenho medo de atravessar a rua.

Já deixei de andar de mãos dadas com papai e mamãe há tempos. O problema é que os pais da gente envelhecem, as ruas levam camadas insatisfatórias de remendos de piche a todo instante, e a gente tem que se acostumar a andar de mãos dadas com nosso anjo da guarda. Eu até acredito em anjo da guarda. Difícil é acreditar que os carros, caminhões e demais veículos de transporte respeitarão os sinais de trânsito.

Tenho medo de ser assaltado.

Já fui assaltado. Eu voltava de um banco onde acabara de fazer um depósito. Cercado por uma dupla de caras fechadas numa rua vazia, entreguei uns trocados a eles e me mandei cinquenta quarteirões adiante. Já fui dezenas de vezes a São Paulo e percorri ruas inóspitas do Rio de Janeiro ano passado. E fui assaltado logo na rua da minha casa...

Eu tenho medo e tenho medos, como todo mundo. Mas meio mundo é que tem o maior dos medos: o de admitir que tem medo.

Um comentário:

Ademar Snifs disse...

com meda, santa?