Elegante esse modo de se dirigir a alguém. Perguntar qual é a graça dele. Um modo cheio de modos. Se bem que os mais novos, que se cumprimentam com sequencias de socos e códigos indecifráveis, trocados de tempos em tempos, podem achar que estão sendo zuados (com "u" mesmo). E podem rebater na lata: "Graça, mermão? Tá pensando que eu sou palhaço?"
Quanto à minha graça, ela tem acento na primeira letra. Desde que tirei minha carteira de identidade, entretanto, não há um documento meu com o dito cujo. Independente de reformas ortográficas presentes e futuras, fui registrado com o tal apêndice torto na primeira letra do meu nome. Quero ele até o fim, o meu fim. Por ora, ainda não há assento possível ao meu acento.
Pior que tudo isso, e sempre tem coisa pior, é a turma analfabeta que insiste em me nomear errado. Principalmente ao telefone, quando me identifico, e meu interlocutor repete errado.
Para todos os efeitos, meus codinomes involuntários ficaram sendo, entre inúmeras variações desvairadas, Eurico, Edson, Égon. É a tal preguiça que assola o país. Preguiça de pensar, de ouvir, de falar, de existir. Principalmente, preguiça de acentuar nomes alheios. Para esses surdos de pai e mãe, já tenho um nome na ponta da língua. Um nome nada bonito, por sinal.
Um comentário:
engraçado...
estava pensando nisso hoje...
me chamo cristiane
qdo criança era chamada pela família de tiane, depois, adolescente, me tornei cris... fui assim até o fim do mestrado e a carreira profissional...
hje, num cargo novo, recomeçaram a me chamar de cristiane, acho, que pq nao me conhecem...então...estou no meio de uma crise de identidade... cristiane soa bravo, informal..
acho q tenho que me reacostumar!
Postar um comentário