Todos os dias, ao acordar, vou à garagem de casa cumprir um ritual. Abro a porta e cato, um a um, as dezenas de folhetos de propaganda.
Tem de tudo. Propaganda de loja de material de construção. Ofertas de supermercados, alguns nem tão super assim. A última edição do jornal do bairro, que eu sempre torço para que seja de fato a última, pois o jornal é literalmente um lixo.
A estes itens, juntou-se um novo jornal evangélico em formato tablóide. Porque já havia os folhetos deslumbrantemente coloridos das Testemunhas de Jeová. Estes não sujam minhas mãos, ao contrário do jornal evangélico. Estou falando da sujeira da tinta de impressão.
Alguns supermercados insistem em abarrotar diariamente minha caixa de correio, as dobras do meu portão e todo lugar onde possam enfiar um papelzinho dobrado com as ofertas da semana. Os mesmos supermercados que estão deixando de fornecer sacolas de plástico aos clientes, por serem anti-ecológicas.
Nos dias em que meu humor melhora, tenho um desejo imenso de virar criança e fazer aviãozinho dos tais folhetos. Mas não daria certo. Os aviões de papel pousariam no vizinho. E ele é quem perderia o humor com a molecagem.
Estamos em plena Semana Santa. Vou me resignar e continuar catando pacientemente a papelada. Ou eu faço um papelão, jogando tudo na cara dos entregadores? Deus tá vendo.
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