Outro dia, eu reclamava das pessoas que, ao me verem nos ônibus em pé, cediam um lugar para que me sentasse. Meu orgulho fervia, mas sempre respirei fundo e agradeci a gentileza.
Hoje, aconteceu a mesma coisa. Mas tenho uma nova hipótese para a gentileza repetida das pessoas em me ceder um assento no ônibus lotado.
Não, não são os olhos verdes e nem o charme deste cidadão. Nem alguns fios de barba precocemente brancos, nem outras explicações menos lisonjeiras.
O motivo das pessoas me darem um lugar no ônibus é o fato de eu portar uma agenda. Aos olhos delas, o livro parece... uma bíblia.
Se não tenho meu lugarzinho garantido no latifúndio celeste, carrego sempre a esperança de encontrar um assento no ônibus de ocasião para o centro da cidade. E levo junto a agenda com cara de livro sagrado, que eu não sou besta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário