João Carlos Marinho é o escritor de O Gênio do Crime, livro que me despertou para o humor.Muita gente leu a obra quando criança, como eu. Num tempo de inexistência do modo politicamente correto de ser, o livro tinha crianças agindo e pensando com a própria cabeça, para desvendar a identidade de um falsificador de figurinhas de futebol.
O ritmo alucinante das frases, a construção das piadas, a cooperação entre adultos e crianças para se resolver problemas, tudo isso marcou a minha personalidade para sempre.
Anos depois, em 1999, procurei João Carlos Marinho para um papo em São Paulo. Para minha felicidade, constatei que o homem de olhos azuis à minha frente era o espelho de seus livros: brincalhão, cultíssimo, fanático por futebol.Voltei outras vezes ao seu convívio. Um de seus últimos gestos com este cartunista foi o envio do arquivo em Word do seu livro Assassinato na literatura infantil, meses antes de ir às livrarias. Também fez o prefácio para um livro criado por uma molecada, em oficina coordenada por mim.
Neste ano, o livro O Gênio do Crime faz quarenta anos. Como da primeira vez em que conversamos, puxo uma salva de palmas ao escritor que alegrou meus dias de moleque.











