20 de set. de 2008

Não sei de nada!



(Esta sai na minha página de humor e quadrinhos, no jornal Agora (Sertãozinho, SP), em setembro)

Não sei como o Chico Buarque se sente ao ser abordado em suas caminhadas beira-mar, no Rio de Janeiro. Certas senhoras assanhadinhas, moradoras daquele pedaço de paraíso, deverm achar o compositor o próprio Deus na Terra, sem ofensas ao Cristo Redentor.

O fato é que eu, feliz portador de olhos verdes como o Chico, também sou abordado na rua. Mas não para ser chamado de lindo, absoluto e outros elogios abaixo da linha da cintura. As pessoas me páram... para pedir informações.

Imaginem o meu pânico quando alguém estaciona o carro ao meu lado e pergunta onde fica esse ou aquele lugar. As abordagens, seguidas do meu invariável sorriso amarelo, aconteceram milhares de vezes comigo, não só no meu habitat natural. Até paulistanos da gema puderam constatar a minha clara falta de jeito para guia turístico.

Nas próximas abordagens que as pessoas fatalmente me farão, já pensei no que fazer: canto uma música do Chico ("...apesar de você, amanhã há de ser outro dia..."), e sigo em frente, impávido. Louco sim, ignorante jamais!

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