
Estou tentando absorver o impacto de uma ausência inesperada. Do jornalista Daniel Piza.
O sentimento de perplexidade é o mesmo que tive quando Zé Rodrix faleceu. Zé faleceu aos 61 anos, Piza se foi aos 41. Mortes prematuras.
Eu era leitor fiel do jornalista desde sua atuação como editor do caderno cultural da Gazeta Mercantil, no final da década de 90.
Anos depois, passei a acompanhá-lo na coluna semanal Sinopse, no jornal O Estado de S. Paulo. Por fim, incorporei aos meus hábitos diários a leitura do blog no portal do Estadão.
Na minha memória afetiva de leitor de jornais, a meia página de Piza no Estadão era uma continuação sem excessos do colunismo de Paulo Francis. O jornalista do "Diário da Corte", alíás, mereceu um perfil do seguidor, na coleção Perfis do Rio, da editora Relume Dumará.
Cheguei a me corresponder brevemente com Piza. Mandei alguns exemplares de um jornal de humor editado por mim, dele recebendo uma resposta gentil e incentivadora.
Todos os clichês aplicados a uma perda precoce como essa são válidos. Clichês que Daniel Piza sempre evitou, ao recordar a trajetória de pessoas relevantes que se foram.