22 de mai. de 2009

Zé Rodrix

Conheci o trabalho do músico ouvindo "Ilha da Higiene", que ele fez para o especial infantil Plunct-Plact-Zuum, da TV Globo, nos anos 80.

Como muita gente, também ouvi essa maravilha chamada "Casa no Campo". Depois, meu irmão comprou o CD do grupo Joelho de Porco, Saqueando a Cidade, e o solo I Acto. Trabalhos e concepções diferentes, o humor e a poesia em momentos distintos. As duas vertentes se uniram em "Quando será".

Já no novo século, com a febre das listas de discussão na internet, tive contato com a língua ferina e sensata do artista. Cheguei a visitá-lo em sua casa, ele sempre trabalhando freneticamente, sempre gentilíssimo.

No final do ano passado, seu parceiro Guarabyra me convidou para criar a capa do CD de Sá, Rodrix e Guarabyra ainda inédito.

Meses depois, ouvi na Rádio USP FM uma série de programas especiais, conduzidos pelo jornalista Toninho Spessotto, sobre vida e obra do compositor. O homenageado tocou sucessos e canções inéditas. "Onde os anjos não ousam pisar", parceria recente com Etel Frota que ele tocou no programa, me arrepia até hoje.

Cruzei com Zé a última vez neste blog. Ele mandou um e-mail comentando o artigo sobre a Banda Calypso.

E foi só. O que pra mim já é muito.

Tchau, Zé Rodrix.

(O desenho acima é uma caricatura de Sá, Rodrix e Guarabyra, feita por mim pouco depois do retorno do trio. Guarabyra adotou este desenho como ilustração para sua seção de crônicas em um site na internet)

4 comentários:

Anônimo disse...

Zé. Rodrix.
Fica aqui também pra ti meu grande abraço. Você embalou minha adolescencia com as canções maravilhosas daquela novela CORRIDA DO OURO. Alem de musico Rodrix foi jornalista e escritor. Foi o grande responsavel pela minha vida de bibliófilo, pois teve uma coluna em que dava dicas de onde achar livros e discos de sebos de S Paulo e do Brasil. Coluna essa publicada no jornal F S Paulo, no inicio dos anos 1980.Incutiu em mim o gosto pelos alfarrábios.
Quando morre alguém querido eu fico é com muita raiva.
joão antonio

Fabio San Juan disse...

Também passo por aqui para elogiar o teu texto, Érico, e dizer o meu muito obrigado para o Rodrix. Vai fazer falta sim. Que fazer? Sentir saudades e continuar ouvindo sua obra, lendo seus livros, quem sabe numa Casa do Campo? Abraços a todos os fãs dele e a você.

André José Adler disse...

Chocado com a morte do amigo e parceiro. Mas é bom que saibam e vejam:


O Canal Brasil presta homenagem ao cantor, compositor e instrumentista Zé
> Rodrix - morto na última quinta-feira (21/05/2009), aos 61 anos -, com a
> exibição da entrevista entre Paulinho Moska e o músico. No Zoombido, Zé
> Rodrix fala sobre a música na sua infância e seu processo caótico de
> criação, no qual as letras nasciam de ideias e imagens do cotidiano. Conta
> ainda que utilizava a mistura de ritmos - rock, samba, bossa - como
> ferramenta principal para compor.
>
>
>
> Em seguida, o público confere o curta-metragem A Nova Estrela (1972) (9'),
> dirigido por André José Adler. A produção é uma espécie de pré-clipe – à
> época, ainda não existia o conceito de videoclipe – do Som
> Imaginário, conjunto de rock progressivo formado por músicos como Zé Rodrix,
> Wagner Tiso, Tavito e Robertinho Silva, dentre outros instrumentistas que
> acompanharam Milton Nascimento. O filme é um compilado de imagens embaladas
> pela melodia da música A Nova Estrela, de Wagner Tiso.
>
>
>
> Segue a programação em homenagem a Zé Rodrix:
>
>
>
> Sexta, dia 22/05:
>
>
>
> 16h - Zoombido: Moska entrevista Zé Rodrix
>
> 16h30 - Curta na Tela: A Nova Estrela
>

Unknown disse...

Salve Érico! Há quanto tempo, hem? Que saudade me deu ver essa caricatura que me fez lembrar daquela série antológica que você fez na M-Música. Até eu mereci o teu traço, que guardo com o maior carinho.
Belíssima homenagem ao nosso amigo Zé, que é merecedor de todo esse carinho que varre a internet, a mídia e os corações de seus fãs.
Vai ficar essa saudade imensa. E as canções que nunca esqueceremos.
Abração