Aos oito anos de idade, sem direito a piar, fui levado a um clube, junto a primos e irmãos escoltados por uma prima mais velha. Era uma matinê, sem os atrativos do Carnaval noturno. Se bem que a tal prima era uma atração à parte, mas isso eu só perceberia anos depois.
Dançando uma música por dançar, porque o pecado maior do Carnaval é ficar parado, tudo ia bem, apesar do meu corpo indicar o contrário.
Quando já me acostumava à ideia de sacolejar o esqueleto, veio um primo e me enfiou um punhado de confetes goela abaixo. Pego de surpresa, tive tempo de cuspir cinco ou seis rodelinhas, mas o estrago estava feito.
Vai ver que é por isso que até hoje eu deteste ficar jogando confete em quem quer que seja. Em todos os sentidos.
(Crônica mensal para o jornal Agora - Sertãozinho, SP)
NOTA ALGUNS ANOS DEPOIS: hoje até jogo alguns confetes, no bom sentido. Mas não os enfio goela abaixo, como meu primo fez comigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário