11 de fev. de 2009

Levando confete

Seja pulando feito pipoca nos clubes, seja suando fantasiado na Marquês de Sapucaí, seja praguejando contra as siliconadas da vez diante da tevê, cada brasileiro tem as suas recordações de Carnaval. Também tenho as minhas.

Aos oito anos de idade, sem direito a piar, fui levado a um clube, junto a primos e irmãos escoltados por uma prima mais velha. Era uma matinê, sem os atrativos do Carnaval noturno. Se bem que a tal prima era uma atração à parte, mas isso eu só perceberia anos depois.

Dançando uma música por dançar, porque o pecado maior do Carnaval é ficar parado, tudo ia bem, apesar do meu corpo indicar o contrário.

Quando já me acostumava à ideia de sacolejar o esqueleto, veio um primo e me enfiou um punhado de confetes goela abaixo. Pego de surpresa, tive tempo de cuspir cinco ou seis rodelinhas, mas o estrago estava feito.

Vai ver que é por isso que até hoje eu deteste ficar jogando confete em quem quer que seja. Em todos os sentidos.

(Crônica mensal para o jornal Agora - Sertãozinho, SP)

NOTA ALGUNS ANOS DEPOIS: hoje até jogo alguns confetes, no bom sentido. Mas não os enfio goela abaixo, como meu primo fez comigo.

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