29 de abr. de 2011

Caricaturas (e caricaturista) ao vivo

O mês de maio se aproxima, as novidades idem.

Amanhã, abro em Piracicaba a mostra Caricaturas ao vivo - A MPB antes do MP3.

Os sites UniversoHQ e Bigorna fizeram notas sobre a mostra: aqui e aqui. Na terrinha, o Diário do Engenho gentilmente registrou o evento aqui.

Na próxima segunda-feira, 2 de maio, serei um dos convidados da Semana Literária Cultural, promovida pelo Sesi da Vila Industrial, também em Piracicaba. No evento, mostrarei meu trabalho de caricaturas, em slides e ao vivo, para três centenas de alunos.

Além das novidades que abrem o mês, uma novidade foi confirmada para agosto.

O Salão Internacional de Humor de Piracicaba realizará, junto à programação de mostras paralelas ao evento principal, uma exposição das minhas duas décadas de carreira.

A exposição já tem nome: 20 Anos de Humor de um Pamonha de Piracicaba.

Como veem, não me faltará trabalho às vésperas do Dia do Trabalho. E haja trabalho pelo resto do ano.

26 de abr. de 2011

Sete edições de um jornal que é a sua cara




Um retrato bem-humorado de gente famosa ou não. Assim é a caricatura ao vivo, comum em festas ou eventos.

A atividade ganhou um diferencial com o lançamento do Jornal Caricaras.

O jornal traz na capa de cada exemplar um espaço em branco para uma caricatura personalizada.

A seguir, as edições já lançadas, os locais de lançamento e o conteúdo de cada uma.



CARICARAS 1 (2007) - A primeira edição, de mil exemplares, teve lançamentos em Piracicaba, São Paulo e Tatuí.


Somente na Festa das Nações de Piracicaba, em maio de 2008, o estande especial de Caricaras acolheu quinhentos compradores do tablóide, número igual ao de caricaturas feitas nos exemplares.

Ao lado, a capa com a caricatura de Sidney Gusman, editor do site UniversoHQ, o primeiro a noticiar o lançamento, na internet.

O número inaugural trouxe crônicas de Érico San Juan, entrevista com Moacyr Franco, caricaturas e tiras de celebridades.



CARICARAS 2 (2008) - O novo número, mais uma vez com tiragem de mil exemplares, teve apoio cultural do Jornal de Piracicaba.

O lançamento ocorreu na abertura do Salão Internacional de Humor da cidade, em agosto.

Uma agenda de
divulgação e lançamentos foi feita em diversas cidades do interior paulista: Votuporanga, São José do Rio Preto, Limeira e Campinas, além da capital São Paulo.

Em Campinas, o jornal participou da tradicional Feira de Artesanato, ao lado do Centro de Convivência.

A segunda edição trouxe um horóscopo com caricauras de celebridades, uma matéria sobre capas de discos e tiras do Pamonha de Piracicaba.



CARICARAS 3 (2008) - O jornal chegou à terceira edição com a mesma tiragem anterior e o apoio do Jornal de Piracicaba.

O pré-lançamento aconteceu em 12 de outubro de 2008, no último dia de exposição do Salão Internacional de Humor de Piracicaba.

Na ocasião, cerca de duzentas pessoas levaram para casa seus jornais e respectivas caricaturas nas capas.

O lançamento oficial aconteceu no Festival Internacional de Humor do Rio de Janeiro, em 22 de outubro de 2008.

O primeiro a prestigiar o Caricaras foi o chargista Chico Caruso, do jornal O Globo. Os cartunistas Angeli, Laerte, Nani e Sábat também levaram seus exemplares personalizados.


No dia 21 de novembro, véspera da final dos Jogos Abertos do Interior, em Piracicaba, o jornalista José Trajano, diretor de jornalismo da ESPN Brasil, ganhou deste cartunista um Jornal Caricaras com sua caricatura na capa (foto ao lado).

A publicação também teve lançamentos no Colégio Metropolitano, em Piracicaba, e no Palacete Levy, em Limeira.
O terceiro número trouxe um papo com a humorista Marcela Leal, um calendário com mais caricaturas de celebridades, além de um novo e bem-humorado horóscopo.



CARICARAS 4 (2009) - Último número a contar com o apoio do Jornal de Piracicaba, manteve-se seus mil exemplares.

O lançamento do novo jornal foi feito em São Paulo, na Associação Cultural Rio Verde, na Vila Madalena, no final de maio.

Em agosto, voltou a ser lançado na capital paulista, desta vez na Livraria HQ Mix, na praça Roosevelt.

A edição trouxe um bate-papo com os irmãos cartunistas Érico e Fábio San Juan, mais tiras do Pamonha de Piracicaba, horóscopo de astros e estrelas da tevê.

O destaque do quarto número foi a página central com piadas e histórias e quadrinhos ao estilo "toalha de mesa".



CARICARAS 5 (2009) - O quinto número do jornal nasceu de "pé quente".

A nova edição de mil exemplares esgotou em um único evento: o Salão Internacional de Humor. De Piracicaba, é claro.

Nos finais de semana de agosto a dezembro, os visitantes do Salão levaram exemplares do Caricaras com suas caricaturas nas capas.

O miolo do Caricaras trouxe as principais séries de tiras de Érico San Juan, feitas nos dezoito anos de carreira do artista.

Para falar dessas quase duas décadas de trabalho, o jornal trouxe depoimentos dos artistas gráficos Orlandeli, Laudo e Spacca e dos jornalistas Sidney Gusman e Paulo Ramos.



CARICARAS 6 (2009) - No último fim de semana do Salão Internacional de Humor de Piracicaba, o lançamento do sexto jornal foi antecipado, decisão que se mostrou acertada.

Duzentos exemplares com caricaturas nas capas foram adquiridos pelo respeitável público.

A edição seis contou com os apoios luxuosos do Sebo Mutantes, Silk Sign e Red Spider Studio.

Além do Salão de Humor, naquele ano Caricaras esteve em eventos como a Festa do Milho e da Pamonha, promovida pela Prefeitura de Piracicaba. Também marcou presença no Salão Universitário de Humor da cidade, já no ano de 2009.

A capa e a última página da edição viraram um poster com piadas, desenhos e frases de efeito. O espaço em branco para a caricatura exclusiva do leitor permaneceu.

O miolo trouxe crônicas, tiras do personagem Dito, o Bendito, uma inusitada seção de horóscopo chinês e uma homenagem a Elifas Andreato, capista-símbolo dos melhores discos da MPB.


CARICARAS 7 (2010) - O sétimo Jornal Caricaras marcou presença na Festa das Nações, em lançamento no Engenho Central em Piracicaba, no estande do jornal A Tribuna Piracicabana.

O jornal trouxe no miolo crônicas, tiras em quadrinhos, caricaturas minimalistas, minicontos e frases de efeito de Érico San Juan, além de um perfil do músico, produtor e maestro Eumir Deodato.



23 de abr. de 2011

Emoção? Só com Tião

Meu pai ouve Tião Carreiro e abre o maior sorriso, numa expressão além das fronteiras de seu bigode.

Um bigodudo cantador reconhece o talento de seu par. Mas só Tião Carreiro conseguiu ser Tião Carreiro.

A meu pai, restou o prazer de ouvir e imitar um artista legítimo, o que não é pouca coisa.

A música dita "caipira" oscilou nas minhas preferências auditivas. De discos infantis narrados por Silvio Santos, passando pelo rock de Raul Seixas e Rita Lee e as trilhas de novelas da TV Globo, cheguei ao pop oitentista do século vinte.

Já senhor dos meus ouvidos, aos dezoito anos, me encantei com Tom Jobim e sua lírica mezzo-Villa-Lobos, mezzo-Debussy. Por longos anos, tapei os ouvidos para qualquer outra música, num radicalismo que só os aborrecentes são capazes.

Numa certa madrugada, onde o silêncio da casa denunciava minha insônia, catei um disco de capa roxa-kitsch, contendo fotos de dois cantores. O primeiro ostentava um bigode tão fino quanto uma sobrancelha feminina. O segundo fazia cara de paisagem, olhando para aquele infinito conhecido apenas pelos incomodados com fotógrafos.

Tirei o disco da capa roxa e o coloquei para tocar num aparelho pré-histórico chamado "vitrola". Na segunda música, um acordeon e duas violas eram a deixa para uma canção entoada em vozes poderosas. A dor-de-cotovelo de uma amante frustrado, mas desejando felicidades à antiga paixão, era o mote da canção.

No que me diz respeito, meus ouvidos levaram a melodia ao coração, quebrando o silêncio da madrugada. E a velha dupla de Tião com Pardinho, impressa nos sulcos do vinil e na capa do disco, selou a reconciliação com meu DNA caipira.

PS. A caricatura de Tião Carreiro desta postagem, assim como o texto, são de autoria do dono deste blog, que trocaria toda a sua produção de humor gráfico pela autoria de Amargurado, a canção emocionante daquela madrugada longínqua.

22 de abr. de 2011

ESPECIAL: "Um pamonha de Piracicaba"


Nesta postagem gigante, a história de um personagem singular. Ele já ganhou prêmio! Ele já foi censurado! Confira a história e todas as tiras do legítimo Pamonha de Piracicaba...

1- A PAMONHA E O PAMONHA

Em vários lugares do Brasil, especialmente em São Paulo, é possível ouvir os famosos alto-falantes anunciando o nem tão puro creme do milho verde.

O nome do produto foi transferido para o estado de espírito do personagem desta tira: um individualista neura e platônico.

Na época da criação do Pamonha, eu acompanhava os quadrinhos de um cartunista de Curitiba que se utilizava como assunto de piadas. Amigos também achavam que eu seria um bom personagem de tiras.

Acabei cedendo às simpáticas pressões. Assim, de agosto de 2007 a julho de 2009, produzi e publiquei a tira Um Pamonha de Piracicaba.


2- RECEITA DE PAMONHA
Na criação da nova tira, pesou uma reflexão típica de quem faz tiras. Como usar, de um jeito digno, o pequeno espaço oferecido para uma pequena história em quadrinhos?

É sabido que os jornais têm diminuído esse espaço a cada dia, expurgando-o de vez em alguns casos. Além de pequeno, meu espaço no jornal era semanal.

Os tiristas sabemos muito bem. Só conseguimos desenvolver um personagem se a tira for diária.

Em vez de choramingar, inventei uma "história em carimbinhos".

Desenhei o personagem em no máximo meia dúzia de movimentos e expressões, que ia reutilizando e reorganizando a cada tira, acrescentando outros elementos se necessário.

Em vez de sacar de lápis, nanquim e borracha, apelei para o traço vetorial. Combinado às cores chapadas, sugeriria um estilo mais "moderno".

Como os leitores só veriam a tira uma vez por semana, não se cansariam do desenho repetitivo. E os roteiros teriam que ser livres de qualquer situação que exigisse entendimento da tira anterior.

Eureca! De um grão de milho, fiz uma pamonha inteira.

Virtuoses do traço fariam muito melhor em termos artísticos, mas a minha tira foi criada para ser funcional. Acho que cumpri esse objetivo enquanto o trabalho durou.


3- POR AÍ
Um pamonha de Piracicaba saiu primeiro em um jornal de Piracicaba.

Após seis meses de publicação, a tira teve o nome alterado para Primeira Pessoa, a pedido do conselho editorial do periódico. Engraçado os conselheiros terem notado que o quadrinho tinha um nome curioso após seis meses...

No entanto, o Pamonha saiu com seu nome original de agosto de 2008 a maio de 2009 no suplemento infanto-juvenil do jornal Agora (Sertãozinho, SP). Também foi publicado até o final de 2009 no jornal GrapHiQ, tablóide mensal de Suzano, SP.

Além do espaço em jornais, a tira faturou o primeiro lugar na categoria Tiras, do I Salão DINO de Humor do Litoral Paulista, promovido pela Unisanta, em outubro de 2008.

O prêmio em Santos veio endossar o óbvio: pamonha de casa não faz milagre...


4- TODAS AS TIRAS DO PAMONHA